Ao abrir os olhos naquela manhã, senti que algo estranho estava acontecendo. Não entendia de onde vinha aquele gosto azedo na boca, nem aquele cheiro de culpa, tão pouco vozes e imagens que passavam tão rápido na sua cabeça que ela preferia acreditar que não aconteceu. Aquele silêncio ensurdecedor tomava conta de todo lugar por onde eu passava, e apesar de está cheia de duvidas nenhuma resposta era suficiente para aliviar a amargura de uma vida cheia de cicatrizes e a dor de não aceitar ser quem sou. Mais do que tudo naquele dia, eu não procurava simplesmente uma solução ou explicação para o vazio que tomava conta do meu corpo. Eu procurava por abrigo nos braços de alguém, alguém que pudesse me ajudar a segurar o peso que trazia nas costas e assim nesses mesmos braços poder dormir e esquecer um pouco de tudo que me trazia medo, mesmo que fosse só por uma noite, mesmo que fosse engano.
31 de março de 2010
O dia
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