26 de julho de 2010


Sabe do que eu gosto? Eu gosto de brigadeiro, gosto de tomar sorvete no pote, de dormir no sofá no seu colo. Gosto do céu cinza em dias de chuva, da cor do céu ao pôr-do-sol, da sombra da árvore na beira do açude, da brisa do mar no começo da manhã. De cantar debaixo do chuveiro, alisar o cabelo, dançar até me acabar de conversar besteira e de me embreagar. Gosto de dormir do seu lado, de beijo roubado, de fazer planos pro feriado de andar descalço e de usar salto. Gosto de presente surpresa, de me sentir princesa e de no nosso abraço nos sentir sendo uma só

Tem dias que as coisas saem do nosso controle é ai que a gente percebe que na real a gente não tinha controle de nada. E quando nos descuidamos deixamos o cachorro que mora dentro da gente mostrar os dentes, colocamos castelos construídos a mão a baixo com palavras que pesam tanto quanto tiro de canhão. No funda a gente sabe que tudo que foi dito, doeu tanto na outra pessoa porque saiu do nosso coração é por isso que depois a gente para ´pensa e diz:"-Putz, eu não devia ter falado aquilo!"

Não sei se minhas canetas tornaram-se iguais ou se eu já não faço mais questão de distinguir as cores. A música da minha vida não faz mas sentido algum. Já não faço planos pro fim de semana e passo ele todo de pijama.

Sentada em frente ao mar, fiquei ali por algumas horas, incomunicável, renovando as forças, pedindo proteção, criando coragem para enfrentar as consequências de uma noite repleta de injurias.

Eu pisquei e o céu mudou, o tempo fechou. E sentia que a mesma coisa acontecia dentro de mim. Nem adiantava apertar os olhos pra tentar fazer passar, a tempestade já tinha anunciado que não iria recuar. Sem entender o motivo daquilo, decidi por me entregar ao momento e chorei horrores sob chuva que lavava minha'lma e quando aqueles arrastados minutos acabaram eu estava seca, erguida, vazia e pronta pra outra, outra vez e outra.

15 de julho de 2010


Ando meio sem fé, as escuras, esquiva, de cabeça baixa. Uma angústia torturado tomou conta dos meus dias. Passo horas na rede da varanda com uma xícara de café olhando a chuva cair, vendo os pássaros se esconder... tentando descobrir pra onde vou, tentando adivinhar o que me espera. Receio admitir que daqui não vou descobrir nada mas gosto da vista.

7 de julho de 2010


Lá vem a tristeza invadindo meu espaço sem aviso prévio. Não sobrou nenhum lugar pra eu poder me esconder.E por mais que eu tente me convencer de que tudo vai ficar bem, ela aparece na tv, na comida, na maquiagem, nas músicas e nesses versos.

Eu não costumo fingir nem fugir do que sinto é por isso que hoje meu violão desafinou, minhas poucas frases não fizeram sentido, minhas pernas não aguentaram de pé e meus olhos não secaram.

Subi as escadas correndo, pensando que iria encontrar abrigo mas, na verdade só encontrei um vazio enorme que se refletiu dentro de mim. O que pra mim era inimaginável, se tornou o meu mais real pesadelo, sua falta se fez presente e o silêncio desse quarto é ensurdecedor.

3 de julho de 2010


Fui furtada! E levaram o que mais estima: minha infância. Levaram meus vestidos, calcinhas-bunda-rica, sapatilhas, lacinhos para o cabelo, a figa...Talvez seja por isso que tudo vai mal, levaram minha figa! Levaram até a despreocupação, o sorriso por um olhar...